Felicidade, agarrei-te
Como um cão, pelo cachaço!
E, contigo, em mar de azeite
Afoguei-me, passo a passo...
Dei à minha alma a preguiça
Que o meu corpo não tivera.
E foi, assim, que, submissa,
Vi chegar a Primavera...
Quem a colher que a arrecade
(Há, nela, um segredo lento...)
Ó frágil felicidade!
— Palavra que leva o vento,
E, depois, como se a ideia
De, nos dedos, a ter tido
Bastasse, por fim, larguei-a,
Sem ficar arrependido...
Pedro Homem de Mello, in "Eu Hei-de Voltar um Dia"
Como um cão, pelo cachaço!
E, contigo, em mar de azeite
Afoguei-me, passo a passo...
Dei à minha alma a preguiça
Que o meu corpo não tivera.
E foi, assim, que, submissa,
Vi chegar a Primavera...
Quem a colher que a arrecade
(Há, nela, um segredo lento...)
Ó frágil felicidade!
— Palavra que leva o vento,
E, depois, como se a ideia
De, nos dedos, a ter tido
Bastasse, por fim, larguei-a,
Sem ficar arrependido...
Pedro Homem de Mello, in "Eu Hei-de Voltar um Dia"
Este poema fala da felicidade.
ResponderEliminarO autor diz que agarrou a felicidade e que por breves momentos teve a felicidade na mão e que graças a isso viu chegar a primavera, uma estação que normalmente traduz a felicidade e boa disposição, mas que a deixou fugir com o vento.
Isto enquadra-se no perfil dos adolescentes, pois estas são personagens que normalmente tem mudanças de humor, por isso gente deprimida façam como o autor diz agarrem a felicidade como se agarra um cão pelo cachaço mas não a deixem fugir com o vento.
Concordo contigo em quase todos os parâmetros/aspectos a que tu dedicaste o teu tempo.
ResponderEliminarDe facto o poema fala de felicidade, e de como a deixou fugir com o vento.
O poeta sentiu a felicidade, agarrou-se a ela como uma criança se agarra à figura maternal e depois entra para a escola.
Ele sabe que está feliz, mas quando abandona a viatura também sabe que aquela felicidade irá desaparecer, mas também sabe que nunca ficará arrependido.
O meu exemplo enquadra-se no teu, na medida em que ambos fazemos referência a adolescentes ou crianças, em que, por norma, a felicidade está presente nas suas caras, pelo modo como se expressam.
Penso que a mensagem que o poeta quer transmitir é que nos devemos agarrar á vida, aproveitar todos os minutos, mas acima de tudo aproveitar os momentos felizes e como tal nunca nos arrependermos do bem que fazemos.