quarta-feira, 4 de maio de 2011

Falo de Ti às Pedras das Estradas

Falo de ti às pedras das estradas, 
E ao sol que e louro como o teu olhar, 
Falo ao rio, que desdobra a faiscar, 
Vestidos de princesas e de fadas; 

Falo às gaivotas de asas desdobradas, 
Lembrando lenços brancos a acenar, 
E aos mastros que apunhalam o luar 
Na solidão das noites consteladas; 

Digo os anseios, os sonhos, os desejos 
Donde a tua alma, tonta de vitória, 
Levanta ao céu a torre dos meus beijos! 

E os meus gritos de amor, cruzando o espaço, 
Sobre os brocados fúlgidos da glória, 
São astros que me tombam do regaço! 

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"



2 comentários:

  1. Este poema trata do amor.
    A autora confessou o seu amor a várias coisas, à estrada, ao sol, ao rio, às gaivotas e aos mastros.
    Este poema enquadra-se no dia-a-dia dos jovens porque com certeza que todos nós já tivemos um amor, à quem confessássemos ou não a alguém.

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  2. Realmente, o poema fala do amor que a Florbela Espanca, sente (por alguém).
    Na minha opinião, o objectivo da poetisa ao dar tantos exemplos de coisas, às quais falou de alguém («Falei de ti...»), é demonstrar o tamanho amor que sente (por esse alguém).
    Concordo contigo no ponto em dizes:«Este poema enquadra-se no dia-a-dia dos jovens porque com certeza que todos nós já tivemos um amor».
    Quando nós estamos apaixonados, só nos apetece gritar e confessar a todos, o quanto amamos alguém e tudo o que sentimos (por essa pessoa), que neste caso é o que a autora fez.

    Cátia Rodrigues.

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